6.14.2006

A palavra, embora absoluta, não contem em si toda a verdade. Quem diz amo, não ama totalmente e quem diz vou, carrega consigo a vontade de ficar ou o verbo já impregnado de saudade. Não adianta buscar respostas nas palavras. Uma vez distorcidas, tornam-se a torcer num emaranhado sem limite, intrincados nós, difíceis de destecer. E como disse o poeta, a verdade que buscamos, ainda que tardia, solitária ou inédita, está dentro de nós e não na palavra que foi escrita. A palavra, embora contundente, não traz em si o gume cortante capaz de sangrar, quando tem como fonte o coração de um amigo. Vem sim como alerta, revelação, ou medo de que tudo venha se perder. A palavra contém meia verdade.

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