9.18.2007


o silêncio tem a espessura das papoulas murchas
e os objectos parecem aproximar-se do sono
inclinam-se para o lado onde se situam os moinhos
as ermidas
os bosques diluídos
o nítido ladrar dos cães
que horas serão para lá desta fotografia?
com uma grande angular circundo o mosteiro ao morrer do dia
perto dos jardins cheira a laranjas orvalhadas em tua respiração
tenho uma iluminação de astros rebentando do arco-íris da noite
quando abro o diafragma todo para as linhas oblíquas do rosto em telha quase rubra
o dia desaguou ao fundo das ruas desertas
apresso o passo debaixo do voo das aves
recolho o olhar
onde um fauno vem beber a nocturna nudez das aves

Al Berto

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