4.15.2009

vem a noite
sem escrúpulo
semear trevas
no crepúsculo
de sangue

em toda sombra
há o resto do dia
em toda árvore
silhuetas do medo
em todo medo
a canção do silêncio.

vem a noite
com suas nesgas de luz
onde vespas rodopiam
em serpentina

em todo olhar cerram-se
pálpebras cansadas
em todo beijo
o sabor da despedida
em toda palavra
semitons em surdina.

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