1.14.2011


PARA AL BERTO

Faltou a emoção
que dava voz ao grito
e assim,
lasso e frouxo
o grito calou também a poesia
que gritava em mim.

No seu lugar,
uma nova canção, saída do submundo,
não mais da ordem burocrática do neorealismo,
mas o da agressão e da desordem,
há de ocupar meu canto
minha voz
e meu sossego.

Vem esse canto repleto de lirismo
de uma expressividade próxima das sensações e dos sentimentos
onde avulta a obsessão do amor,
da morte
e do tempo.
Fruto emocional que traz em si
a seiva extraída do alburno confessional de outro poeta.
É porém certo
que essa voz se alevante
sobre todas as coisas que gritei até agora.
Que sobreviva a poesia e
que cante um poeta maior.

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