3.22.2012



CONTRASTE

A luz difusa da madrugada
desenha o contorno esfumaçado
da janela do quarto.
Vêm com ela ruídos secos
da modernidade:
o apito da fábrica,
o ronronar de caminhões,
o vozerio dos homens
a caminho do trabalho.

O ar carregado de carbono
tinge de negro
as asas das araquãns.

Só é antigo
nesse meu abandono
a música suave
dos galos de João Cabral
que ainda tecem as manhãs.

Powered by Blogger