INQUIETUDE
Descubro que o silêncio
(aquele que ignora as palavras)
aprisiona suas lavras
e conduz à solidão,
não resiste quando é provocado
por agravo ou numa esquina,
com um verso ou uma rima.
E então, esse silêncio
sem medo ou fantasia,
explode em poesia.
Na companhia de Afrodite,
se afogueia em faíscas,
deságua em chuviscos
e se desfaz em arrulhos,
só para cantar o amor que persiste.
O silêncio é disfarce da alma
que vive na inquietude.
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