9.26.2008

Se eu firmar os olhos,
é possível ainda vê-lo,
sentado com desvelo,
numa das pontas
da minguante embarquecida,
tendo nas mãos um caniço de prata,
a pescar estrelas no infinito.

Se eu apurar os ouvidos,
é possível ainda percebê-lo
buscando palavras com esmero
para dar conselhos à Vênus insone,
insistente no céu matutino.

Ah, se eu forçar o desejo,
é possível ainda trazê-lo,
eivado de saudade e medo,
mesmo que por instante sibilino,
para sentar comigo e falar de amor,
à sombra do tamarindo.


para êle

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