12.04.2012

ODE À CHUVA
                                              
Nem Mozart ou Bach
comporiam com maestria
esta melodia andante
na hora morta da madrugada
quando tudo silencia.

Semínimas de cristais
batem na pingadeira
e uma insistente colcheia
malha a calha,
como se o compositor
dormisse os pés nos pedais.

Não há virtuose
(Händell ou Chopin)
capaz de despertar pássaros
com tamanha suavidade,
como esta música
que solfeja a chuva
e arpeja a noite,
acordando a manhã.

Powered by Blogger