ODE À CHUVA
Nem
Mozart ou Bach
comporiam
com maestria
esta
melodia andante
na
hora morta da madrugada
quando
tudo silencia.
Semínimas
de cristais
batem
na pingadeira
e
uma insistente colcheia
malha
a calha,
como
se o compositor
dormisse
os pés nos pedais.
Não
há virtuose
(Händell
ou Chopin)
capaz
de despertar pássaros
com
tamanha suavidade,
como
esta música
que
solfeja a chuva
e
arpeja a noite,
acordando
a manhã.
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