1.02.2008

Há pedaços de asas
desfolhadas de mariposas descuidadas,
espalhadas pelo chão do quarto.
Num canto à minha frente,
teias de aranha se apagam
com a proximidade do dia.
Lá fora,
há o silêncio dos galos
que já não cantam
anunciando a manhã.

Insiste em mim o resto da noite
de suor e pesadelo.
O lume do sol atravessa-me
como adaga de dois gumes.

Dos lençóis amarrotados
levanta uma atriz enfurecida
que vai representar todos os papéis
com o fingimento gutural das palavras,
onde não existe alegria.

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