10.22.2009

Interrogo-me sobre esta
melancolia do entardecer,
como se já estivesse assente
que todo princípio de noite
é de dor de parto e choro de nascente.

Interrogo-me sobre este céu enfermiço
que se tinge de rosa de fim de ocaso
e do cinza da treva que se aproxima,
cor indecisa, sem nome e sem poesia.

Interrogo-me por fim, sobre a languidez
de punhal em riste destes acordes tristes
com que Gounod compôs a Ave Maria
e que cravam em minha alma de dúvidas
o gume de tristeza e da nostalgia.

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