8.28.2006


Assombra-me este poema mudo,
este prenúncio de palavra,
ancorado em meu porto.
Feito pacote sem remetente,
implora a minha adoção.
Insinua-se exalando um frescor de prosa,
meio rosa, meio dor.
Não me entusiasmo.
Apenas o observo em seu sabor de silêncio
e tento absorvê-lo à distância.
Temo que seja um poema feliz.
Este não o quero.
O poema feliz é o retrocesso da poesia.


Pe. Fábio de Melo

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