11.15.2007


Escrever... Escrever até que o passo cambaleante dos bêbados os leve
para sarjetas deslavadas e o último cão sonolento silencie a madrugada... Escrever até que a tinta se esvaia. Até que não haja pautas vazias. Até que mão se extenue prostrada. Escrever sim, até que o torpor se esgote e a lucidez (essa inimiga) retorne. Escrever quando o verbo transitivo, em estado de aridez já não procure mais o objeto que o console. Escrever palavras seguidas de palavras, como a tecer linha interminada (alinhavos para enganar o inexpresso), palavras que se de mãos dadas, percorreriam a rota do universo. Escrever sem a dor do poeta melancólico nem a obrigação do tipógrafo. Escrever à revelia como faço agora e deixar que serenize toda a poesia. Só então, assim vazia, grafar ao mundo que é chegada a hora...

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