12.30.2008

Aquela divina e ilustre timidez que é o guarda dos tesouros e dos regalosda alma. Ah, mas como eu desejaria lançar ao menos numa alma alguma coisa de veneno, de desassossego e de inquietação. Isso consolar-me-ia um pouco da nulidade de ação em que vivo. Perverter seria o fim da minha vida. Mas vibra alguma alma com as minhas palavras? Ouve-as alguém que não só eu?

Bernardo Soares

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