7.07.2016

SONETO DE REMISSÃO


E se eu chegasse assim tão de repente,
Trazida no vento qual folha morta
E entrasse ligeira pela tua porta
Vinda do outono com pressa de ausente?

E se eu abrisse teu sonho recôndito,
Deixasse verter a mágoa e a dor;
Quem sabe liberto do desamor
Tu me acolherias com mesmo frêmito?

Com canto sereno e plumas azuis,
Eu chegaria vestida de pássaro
O bico suave de doce romã

E tentaria fazer-te feliz
Com hinos de amor e feixes de abraços
Assim de repente, nesta manhã

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