6.24.2006


Ao olhar uma opala meio cinzenta
lembrei-me de dois belos olhos cinzentos que vi;
haverá uns vinte anos
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Durante um mês amámo-nos.
Foi-se embora depois creio que para Esmirna,
para lá trabalhar, e nunca mais nos vimos.

Ter-se-ão desfeado - se vive - os olhos cinzentos;
ter-se-á estragado o belo rosto.
Memória minha, guarda-os tu tais como eram.
E, memória, o que podes deste meu amor,
o que podes traz-me de volta esta noite.

Constantinos P. Cavafis

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