1.14.2008

Moram dentro de mim
duas lobas famintas
de apetites distintos.
A fera se alimenta
do ódio, da hipocrisia
e das verdades que omito.
A outra é mansa.
Sonha e sorve a poesia
que lhe dou aos goles.

Á besta
basta o vento
soprado dos foles
para acender sua ira.
Já a mansa
tem a inapetência
dos poetas em transe
e a sede da criança
que brinca distraída.

Iludo-as até que se cansem.
E encho suas talhas
de metáforas e mentiras.

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