SANGUE E AREIA
Acordou naquele dia,
como só acontece
despertarem os loucos
na lua cheia.
Numa das mãos
segurava a terça-feira
e na outra a boca fechada.
Da mão que detinha o tempo,
as horas vazavam como areia.
Da outra,
a que guardava o silêncio,
palavras sangravam.
Acordou naquele dia,
como só acontece
despertarem os loucos
na lua cheia.
Numa das mãos
segurava a terça-feira
e na outra a boca fechada.
Da mão que detinha o tempo,
as horas vazavam como areia.
Da outra,
a que guardava o silêncio,
palavras sangravam.