1.16.2012

DESEJO

Lá nas ruínas empedradas
daquele convento,
onde o musgo e as samambaias
disputam as frinchas das paredes,
ouve-se o lamento
de um escravo penitente
fadado ao pelourinho.

É chicoteado pelas mãos castas
de uma freira louca de desejo
e fome de carinho.

Ela tem sede e bate.

Da boca salivada do negro
que esperneia e ora em desespero,
pudesse a freira - oh ventura! -
desfrutar um único beijo.

1.12.2012

filigrana

clave de bemol
meu nome e o teu
enlaçados no lençol.

1.11.2012

do pó ao pó

finda a fama
tirou a máscara
e chafurdou na lama

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