9.27.2011

DESTOANTE

Desprende-se do compasso
o bemol, que em tarde de sol
deu tom uníssono à melodia...

Binário quase imperfeito
ausência de tempo
na pauta vazia.

9.26.2011

RUPTURA

Hoje me quebro
como finíssima taça
do mais puro cristal.

Jorra da alma em dor
o sangue aquoso
de corte abissal...

9.22.2011



PÁSSARO TRISTE

Cessou o seu canto
e isolou-se do bando.
Seguiu descontente
a corrente do vento.

Derramou o seu pranto
de quando em quando,
na noite envolvente.
Morreu ao relento...

9.21.2011

SOLTURA

A imagem desperta
forjando minh`alma
num poema absurdo.

Desprende-se um verso
silente,

tão mudo...
Recito o silêncio!

9.20.2011

SIMBIOSE

Na tarde do lago
deslizam os patos
com as suas sombras
vagamente brancas.

9.15.2011

Do olhar desmaquiado
a mais sutil percepção.
Sob a sombra, ao seu lado
o silêncio do senão...

São agulhas em contraste
por aranhas tecelãs
que na ponta desta haste
regem o amor destas manhãs.



(meu parnasiano preferido)

9.12.2011



9.05.2011

LEMBRANÇAS

Como é bonito o rio da infância,
visto daqui deste terraço
onde entardece a vida.

Como é doída sua música suave,
de seixos e peixes,
quando desbragada,
retine a saudade.


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