NOTURNAMENTE
Habituara-se à música estranha da noite:
um pio aqui, outro lá do pássaro noturno;
o diálogo soturno dos cães que se comunicavam.
Quando pássaros e cães adormeciam
havia a possibilidade de ouvir
a fricção delicada do silêncio contra o silêncio.
Nessa hora calma,
palmo, a pequeno palmo,
a poesia se instalava.