9.10.2015

RECOMPENSA


A brisa da manhã afaga-me a fronte
e ceifa a tensão
que a noite de pesadelo semeou.

Distraio-me com o voo dos pardais
e com o canto insistente
de um sabiá ao longe.
Guardo o medo noturno
sob as asas do vento
e canto para a brisa
a canção do esquecimento. 

9.05.2015

INSINUANTE


 Assombra-me um poema silencioso
que, (como envelope sem endereço)
vem à porta do pensamento
e implora asilo.

Insinua-se na ponta do lápis
e a palavra,
(seu devir),
vacila um pouco prosa,
um pouco rosa,
sutil e reticente
como a sarça que arde
sem se consumir. 

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