SONETO DE REMISSÃO
E se eu chegasse assim tão de repente,
Trazida no vento qual folha morta
E entrasse ligeira pela tua porta
Vinda do outono com pressa de ausente?
E se eu abrisse teu sonho recôndito,
Deixasse verter a mágoa e a dor;
Quem sabe liberto do desamor
Tu me acolherias com mesmo frêmito?
Com canto sereno e plumas azuis,
Eu chegaria vestida de pássaro
O bico suave de doce romã
E tentaria fazer-te feliz
Com hinos de amor e feixes de abraços
Assim de repente, nesta manhã