3.24.2013

RECOMPENSA

A brisa da manhã afaga-me a fronte
e ceifa a tensão
que a noite de pesadelo semeou.

Distraio-me com o vôo dos pardais
e com o canto insistente
de um sabiá ao longe.
Guardo o medo noturno
sob as asas do vento
e canto para a brisa
a canção do encantamento.

3.22.2013

LEMBRANÇAS



 


O quarto ficava à direita
da casa grande,
o segundo de quem entrava.
Sua janela imensa
parecia descer do céu
e se abria para a varanda
                                úmida
enfeitada de beirais
                        e samambaias
num sombrio painel.

Não sei dizer
se as paredes do quarto
eram altas demais
ou se o teto ficava
muito distante do chão.
Só me lembro
            do tamanho do medo
nas noites de escuridão...

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