10.22.2011




SONS E LUZES

Na mais antiga fotografia
guardada nos desvãos da memória,
uma menina loura,
de fitas nos cabelos
(tão pequena, que diante do pai,
mal alcança seus joelhos),
suplica colo e desvelos.

E o homem,
(em cuja boca o sol nasce sibilino)
toma a menina nos braços
e vão sentar próximos ao rádio
para ouvirem os acordes do violino
de um artista chamado Tobias.

10.14.2011

Fica da noite o resto da chuva.
As águas que os telhados não beberam
gorgolejam insistentes na calha,
em batuque descompassado.

Desperta sonolenta,

a lembrança úmida
de idos e antigos quintais.
Onde a menina,

que se abrigava nua,
por sob gotejantes beirais?

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