10.31.2015
10.19.2015
10.14.2015
MUTAÇÃO
Ceifei
o musgo e o rocei na face
para
sentir a maciez...
Colhi
seixos e
escondi
os mais bonitos
na
gaveta do quarto.
Incitei
mandorovás
e
bebi da mutação das suas cores.
Deitei
no chão
para
ver as nuvens passarem
e
segui trilhas de lesmas no quintal.
Fui
menina de nado e voo.
Um
dia, a alfazema tocou minha pele
e
a poesia,
por
ironia,
me
recolheu.
10.13.2015
DUPLICIDADE
O bem e o mal se avizinham dentro de mim
e se alternam para governar. Por isso
vivo esse desassossego que se refugia nas palavras. De dia, meus olhos enxergam
corpos. À noite, minha alma, inundada de poesia convive com insofismáveis
fantasmas.
LIMO
Era lindo o limo verde que atapetava a
volta do poço na casa de meu avô. Fascinava-me a cor escura e o simples roçar
das mãos na sua face veludosa, provocava arrepios de moça solteira. Um dia, meu
avô escorregou naquele tapete verde e se foi para sempre. Hoje, por destino,
morreu o poço e a água jorra da torneira. Minha filha nunca tocará a maciez do
limo.