DESEJO
Lá nas ruínas empedradas
daquele convento,
onde o musgo e as samambaias
disputam as frinchas das paredes,
ouve-se o lamento
de um escravo penitente
fadado ao pelourinho.
É chicoteado pelas mãos castas
de uma freira louca de desejo
e fome de carinho.
Ela tem sede e bate.
Da boca salivada do negro
que esperneia e ora em desespero,
pudesse a freira - oh ventura! -
desfrutar um único beijo.
Lá nas ruínas empedradas
daquele convento,
onde o musgo e as samambaias
disputam as frinchas das paredes,
ouve-se o lamento
de um escravo penitente
fadado ao pelourinho.
É chicoteado pelas mãos castas
de uma freira louca de desejo
e fome de carinho.
Ela tem sede e bate.
Da boca salivada do negro
que esperneia e ora em desespero,
pudesse a freira - oh ventura! -
desfrutar um único beijo.