Abriste a porta e te
esgueiraste
para a noite.
Chovia e não havia
luar,
mas, a luz dos lampiões
umedecidos
deixaram-me ver
tu te transformares
numa sombra lenta
para nunca mais voltar.
Ficou em mim
essa respiração
entrecortada e tardia
que trago até hoje
a cada chuva fina,
a cada lampião molhado
a cada sombra sibilina
de pássaro ou de
cântaro,
não importa,
mas sempre carregada de
melancolia.